quinta-feira, 20 de julho de 2017

Preparando-se para a viagem: visto, vacinas, seguro, etc

Já está quase tudo pronto para sua viagem internacional. Você já decidiu o lugar, fez as reservas e planejou o roteiro. Agora só falta resolver algumas questões burocráticas.

A primeira coisa que você deve pesquisar é se o país exige Visto para entrada. O visto é uma autorização para circular e permanecer no país por determinado período. Existem vários tipos de visto (trabalhar, estudar, etc), mas o que precisamos é o de turismo. Ele é concedido por prazo determinado e há cobrança de taxa pela emissão. A forma de emissão do visto varia de um país para o outro. Alguns exigem que você faça um requerimento formal e o apresente ao consulado ou embaixada dele no seu país. Outros pedem para você preencher um formulário e pagar uma taxa no momento de ingresso no território. Nesses casos o visto é concedido na hora.  Também há vistos que podem ser emitidos através da empresa aérea. Para informações, acesse o site da embaixada do destino. Não custa lembrar que mesmo quando o país não exige visto o tempo de permanência é limitado. Informe-se sobre isso antes de viajar. 
Dica: para a maioria dos países a emissão do visto é feita sem maiores problemas. Mas há aqueles mais exigentes. Acho que para brasileiros o visto para os EUA é o mais complicado. Se sua viagem for para lá, sugiro que você não conclua suas reservas antes de ter o visto, pois não existe nenhuma regra que garanta a aprovação.

Mas não é apenas o visto que se exige. Lembre-se que todo país pode recusar a entrada de estrangeiros em seu território sem dar muita explicação. Por isso é importante saber os requisitos para imigração. Vou falar aqui das exigências mais comuns.

Passaporte ou Documento de identificação – Em regra, os países exigem que você apresente um passaporte com validade mínima de 6 meses. Os países europeus membros do Tratado de Schengen exigem que a validade se estenda por mais 3 meses a contar do fim da viagem. Meu conselho: para não correr risco de esquecer, sempre renove o passaporte antes desse período. Nos países integrantes do Mercosul, exige-se do brasileiro apenas um documento de identificação. Mas ele tem que estar em boas condições, ter foto e não ser muito antigo. Eu sempre uso o passaporte, mesmo quando ele não é exigido. Mas se você não tiver, procure saber os documentos aceitos como identificação no país de destino.
Reserva de hotel, passagem de volta e meios de subsistência durante sua estadia – o que eles querem saber é se você está só turistando ou se pretende entrar ilegalmente no país. Se você for ficar na casa de alguém, vai precisar de uma carta da pessoa te convidando e do contato dela. Para provar que você possui dinheiro suficiente para se manter vale mostrar cartão de crédito, débito ou qualquer outro meio equivalente à moeda. Cada país exige uma quantia diária mínima.
Vacina – muitos países exigem que o viajante originário de determinadas áreas apresente o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP) para comprovar que está imunizado contra a febre amarela. Para saber mais sobre o assunto, veja o post Vacina contra a febre amarela: como saber os países que a exigem.
Seguro saúde – essa também é uma exigência comum. Os países da União Européia pedem um seguro de 30 mil euros. Mesmo que não seja obrigatório, aconselho que você faça o seguro. Acho que é o tipo de economia que não vale a pena.
Dica: A maioria dos cartões internacionais de crédito disponibilizam para os clientes esse seguro, desde que a passagem tenha sido comprada com o cartão. Isso vale inclusive no caso de você resgatar as passagens com milhas e pagar só as taxas aeroportuárias com ele. Informe-se com a administradora do seu cartão.

Pode ser que você chegue ao seu destino e o agente da imigração carimbe seu passaporte sem perguntar ou exigir nada, mas não dá pra arriscar ter que voltar no próximo voo, não é?

Próximo post: Dicas financeiras - custo da viagem e compra de moeda.


segunda-feira, 19 de junho de 2017

Barcelona - Eixample, Casa Batlló e La Pedrera

O bairro modernista do Eixample é um verdadeiro museu a céu aberto.  Ele foi planejado no auge do modernismo e em um período de grande riqueza da cidade. Suas ruas largas descortinam obras primas da escola modernista barcelonense, a qual vai muito além de Gaudí. Outros grandes nomes do modernismo como Domènech Montaner e Puig i Cadafalch também deixaram suas marcas pelas avenidas do bairro.

O desenho das sacadas seria uma máscara ou uma caveira?

Na CasaBatlló (Passeig de Gràcia, 43) a originalidade de Antonio Gaudí salta aos olhos em cada detalhe da fachada e do interior. Aqui ele usou como tema o oceano. A visita faz você mergulhar fundo nesse mundo fantástico de formas, cores e texturas. O ingresso para conhecer o interior inclui um audioguia (tem em português), o que torna a visita muito fácil e interessante.

Repare nas colunas que sustentam o grande arco da janela como se parecem com ossos.

Após ver a casa você vai descobrir que ele não se importava só com a estética. Gaudí se preocupava muito com o conforto e a funcionalidade das instalações. Utilização de luz natural, estruturas para circulação de ar, uso de material reciclável, enfim, ele era um artista realmente de vanguarda. E sua inspiração maior era a natureza. 

Balcão panorâmico, com direito à foto.
Nada tem forma padronizada.
A escada de serviço também tem seu estilo.

Já na entrada sinais de uma arquitetura diferenciada.
Do piso ao teto tudo têm sua personalidade.
Um dos destaques do prédio é o terraço, onde ele usou sua técnica decorativa chamada trencadís, que consiste numa espécie de mosaico com peças de cerâmica geralmente coloridas, para criar figuras fantásticas.

O telhado é enfeitado pelos dutos das lareiras.
Cores em todos os detalhes.
Você pode até não gostar muito do estilo do arquiteto, mas depois dessa visita vai ter que reconhecer que ele era genial.



Casa Amatller (Passeig de Gràcia, 41), localizada ao lado da Casa Battilo, é outra joia da arquitetura modernista. Aqui a visita acontece a cada 30min e pode ser guiada ou com audioguia. Foi planejada por Josep Puig i Cadafalch, que só modificou a fachada e o primeiro andar, onde morava a família dona do prédio. O resto era alugado, uma prática comum na época. 

Ao fundo fica a loja de chocolates Amadler. À direita, a entrada da casa.

O interessante é que a maioria dos móveis e peças de arte são originais.



O dono era um fabricante de chocolates e há um café no primeiro andar super agradável.


É um dos poucos lugares onde você encontra o chocolate Amatller, além de cafés, sanduíches e saladas.



Duas casas depois, na esquina, você verá a Casa Lleó i Morera (Passeig de Gràcia, 35), desenhada por Lluís Domènech Montaner. Ele foi contemporâneo a Gaudí e um dos grandes mestres de seu tempo. Projetou grandes obras modernistas em Barcelona, como o Hospital de Sant Pau e o Palau de la Música Catalana. A casa não está aberta para visitação, mas no site é possível fazer um tour virtual.

Detalhes que valem ser buscados em cada fachada das lindas casas da avenida.

As três casas foram reformadas na mesma época e dizem que houve uma disputa entre esses grandes mestres do modernismo catalão pelo título de melhor projeto. Inspirado em uma lenda grega, o episódio ficou conhecido como Manzana de la Diacordia (Maçã da Discórdia). Na mitologia três deusas disputaram uma maçã de ouro que seria concedida a mais bela. A escolha é difícil. As três casas são fantásticas cada uma a seu estilo.

Da direita para a esquerda: Casa Battló, Casa Amatller e lá na esquina a Casa Lleó i Morera.

Do outro lado da rua, a distância de uns dois quarteirões, está a Casa Mila (Passeig de Gràcia, 92), também conhecida como La Pedrera. 


O dono da Casa Batlló indicou Gaudí ao proprietário, que deu um orçamento ilimitado para a reforma do prédio. É uma construção maior, feita para abrigar um condomínio de apartamentos. O engraçado é que o projeto não foi muito bem recebido pela população e o apelido La Pedrera não era nem um pouco elogioso na época. Após ser declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco a casa foi restaurada e hoje pode ser visitada. Na verdade só é possível acessar o Terraço, o sótão, um apartamento decorado como na época da reforma e o saguão de entrada. Atualmente a maioria dos apartamentos servem de escritório e moradia.




No terraço ficam as famosas chaminés que lembram a cabeça de um guerreiro com armadura. A técnica de trecandís aqui foi utilizada de forma monocromática. A decoração dos terraços e a transformação das chaminés em esculturas são características da obra de Gaudí. A visita também inclui o audioguia.


Vista emoldurada para a Sagrada Família.

Vista do Passeio de Gràcia a partir do terraço.
Toda a grande avenida chamada Passeio de Gràcia é ladeada de construções magnifícas. 


Casa Lleó i Morera

Casa Mila

No fim do século XIX e início do XX a cidade foi modernizada e essa região foi a escolhida pela burguesia endinheirada como residência. Hoje a avenida continua sendo um endereço de luxo e sofisticação, mas no lugar de famílias ricas ela abriga lojas como Louis Vuitton, Cartier, Dior, entre outras.


Veja também:

Barcelona - Bairro Gotico e Born

sábado, 15 de abril de 2017

5 DICAS PARA ALUGAR CARRO E DIRIGIR NO EXTERIOR

   
1) Emitir uma Permissão Internacional para Dirigir (PID) - Embora ela não seja obrigatória em todos os países, acho mais seguro para o caso de ser parado na estrada pela fiscalização, por exemplo, pois ela tem informações em outros idiomas. Também é exigida por locadoras de alguns países. No Brasil quem emite a PID é o Detran. Ela é feita com base nos dados da sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e terá o mesmo prazo de validade. Será necessário pagar uma taxa e a emissão costuma ser rápida. Você deve encontrar maiores detalhes no site do Detran da sua cidade.

2) Sempre contratar um seguro - seja mediante pagamento à locadora de veículos que você escolheu ou mesmo utilizando o que é oferecido pelo seu cartão de crédito. Muitos cartões oferecem esse benefício desde que você siga algumas regras impostas pela respectiva bandeira. Por isso sempre consulte no site da empresa o regulamento e imprima ou copie para o celular a fim de ter com você as regras para usufruir do serviço e informações sobre como proceder caso haja algum sinistro. Normalmente eles exigem que você  abra mão de qualquer seguro do tipo LDW - loss damage waiver (referente à cobertura por prejuízos decorrentes de roubo) e CDW - collision damage waiver (referente à cobertura por danos ao carro em caso de acidentes). Com relação ao seguro oferecido pela locadora de carros, lembre-se que, em regra, há franquia. Ou seja, se precisar usá-lo terá que pagar um valor por participação variando de acordo com o tipo de carro alugado. Por isso sempre é bom perguntar se há a franquia e o valor. Geralmente usamos o seguro da locadora desde que seja um Super Cover, onde não é exigida a participação do locatário (franquia zero ou reduzida), e não seja caro. Quando não conseguimos um seguro assim, uso o do cartão mesmo. Ah! E lembre-se de buscar promoções nas locadoras aqui mesmo no Brasil. Muitas têm promoções em parceria com seu cartão de crédito e empresas aéreas.

3) Conhecer as regras de trânsito do destino - Você deve se informar sobre a legislação de trânsito do país, a simbologia das placas de trânsito (tem diferenças), saber onde pode estacionar (importantíssimo), os limites de velocidade, e coisas do tipo. Também chamamos a atenção para o fato de que há muitas estradas com rotatórias. Então, quando se deparar com uma pelo caminho lembre-se que A PREFERÊNCIA é de quem já está transitando nela.

4) Atenção ao abastecimento - a maioria das locadoras exigem o uso de um tipo de combustível específico. Em regra, eles colocam a informação na tampa de acesso ao tanque de combustível. E não esqueça de perguntar se o carro deve ser devolvido com o tanque cheio, pois caso você devolva o carro sem cumprir essa exigência, eles cobram um preço absurdo pelo litro da gasolina para completar o tanque. Isso deve estar no contrato, mas tem que ficar bem claro.


5) Keep calm and drive on - Dirigir sempre com calma e deixar no Brasil maus hábitos, como acelerar no sinal amarelo, não parar na faixa de pedestres e não dar passagem quando o carro da frente ligar a seta. Essas atitudes não são usuais na maioria dos países que conhecemos. Fazendo isso, você vai evitar acidentes, multas e problemas com a polícia local.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Vacina contra a febre amarela: como saber os países que a exigem


Infelizmente estamos vivendo um surto de febre amarela em algumas regiões do Brasil. Antes disso, alguns estados já eram considerados área com risco de transmissão da doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), razão pela qual vários países já exigiam na imigração a apresentação do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP) para comprovar que o viajante originário do Brasil tinha sido vacinado. Agora esse número tem aumentado. Países como Panamá, Nicarágua e Cuba, por exemplo, passaram a exigir o CIVP em fevereiro.
As informações estão sendo atualizadas a todo o momento o que traz muita insegurança para quem está com viagem marcada para o exterior sobre a necessidade ou não da vacina. A questão é: onde conseguir informações seguras e atualizadas?

1) Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) – é o órgão responsável pela regulação das questões sanitárias no país e é quem emite o CIVP, o qual está previsto no Regulamento Sanitário Internacional, um instrumento elaborado no âmbito da OMS estabelecendo regras e procedimentos para proteção contra a disseminação de doenças internacionalmente. Os países que assinaram o acordo decidiram que o CIVP seria o documento apto a comprovar a imunização do viajante contra essas doenças. No site há informações sobre os países que estão exigindo a vacina, além de detalhes sobre o procedimento para emissão do CIVP. Para acessá-lo, clique aqui.

2) Portal Consular do Itamaraty - este site do Ministério das Relações Exteriores traz informações úteis para quem pretende visitar outros países, inclusive sobre a exigência do certificado de vacinação contra a febre amarela. Achei que ele está mais atualizado do que a Anvisa. Site: http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/

3) Empresas Aéreas – elas precisam ter essa informação para repassar aos passageiros, principalmente quando a vacina é exigida em países onde se faz conexão ou escala.

4) OMS – no site há uma lista com todos os países que oferecem risco de transmissão da doença e dos que exigem a vacina. Ela está atualizada até 2016. Clique aqui para acessar.

5) Embaixadas e consulados – A maioria dos países mantém página da representação diplomática na internet com informações de contato.

6) Sites e blogs de viagem – acho um bom parâmetro, mas tem que ver se as informações estão atualizadas. Um site que eu gosto muito e acho confiável é o Viaje na Viagem. Eles inclusive fizeram um post recente sobre o assunto. Vale a pena dar uma lida:  http://www.viajenaviagem.com/2017/02/cuba-vacina-febre-amarela

👉 Dicas importantes:
-   A vacina deve ser tomada 10 dias antes da viagem para que a pessoa seja considerada imunizada.
- O prazo de validade da vacina que era de 10 anos passou a ser considerado ilimitado pela OMS. Segundo ela, estudos recentes demonstraram que uma única dose protege a pessoa por toda a vida. No entanto, o Ministério da Saúde do Brasil entende que uma segunda dose de reforço é necessária para a imunização.
  Atualização: em março de 2017 o Brasil passou a adotar o entendimento da OMS. 
- No caso de contraindicação para o recebimento da vacina, a pessoa terá que obter um atestado de isenção emitido por um médico. Clique aqui para mais informações.
- Como a doença é típica de zonas tropicais, a vacina não deve passar a ser exigida por países da Europa ou pelos EUA, por exemplo. Por outro lado, os países localizados em áreas tropicais podem torná-la obrigatória a qualquer momento.
- Nossa sugestão: se puder, tome a vacina. Assim você não precisará se preocupar com isso nunca mais.