segunda-feira, 19 de junho de 2017

Barcelona - Eixample, Casa Batlló e La Pedrera

O bairro modernista do Eixample é um verdadeiro museu a céu aberto.  Ele foi planejado no auge do modernismo e em um período de grande riqueza da cidade. Suas ruas largas descortinam obras primas da escola modernista barcelonense, a qual vai muito além de Gaudí. Outros grandes nomes do modernismo como Domènech Montaner e Puig i Cadafalch também deixaram suas marcas pelas avenidas do bairro.

O desenho das sacadas seria uma máscara ou uma caveira?

Na CasaBatlló (Passeig de Gràcia, 43) a originalidade de Antonio Gaudí salta aos olhos em cada detalhe da fachada e do interior. Aqui ele usou como tema o oceano. A visita faz você mergulhar fundo nesse mundo fantástico de formas, cores e texturas. O ingresso para conhecer o interior inclui um audioguia (tem em português), o que torna a visita muito fácil e interessante.

Repare nas colunas que sustentam o grande arco da janela como se parecem com ossos.

Após ver a casa você vai descobrir que ele não se importava só com a estética. Gaudí se preocupava muito com o conforto e a funcionalidade das instalações. Utilização de luz natural, estruturas para circulação de ar, uso de material reciclável, enfim, ele era um artista realmente de vanguarda. E sua inspiração maior era a natureza. 

Balcão panorâmico, com direito à foto.
Nada tem forma padronizada.
A escada de serviço também tem seu estilo.

Já na entrada sinais de uma arquitetura diferenciada.
Do piso ao teto tudo têm sua personalidade.
Um dos destaques do prédio é o terraço, onde ele usou sua técnica decorativa chamada trencadís, que consiste numa espécie de mosaico com peças de cerâmica geralmente coloridas, para criar figuras fantásticas.

O telhado é enfeitado pelos dutos das lareiras.
Cores em todos os detalhes.
Você pode até não gostar muito do estilo do arquiteto, mas depois dessa visita vai ter que reconhecer que ele era genial.



Casa Amatller (Passeig de Gràcia, 41), localizada ao lado da Casa Battilo, é outra joia da arquitetura modernista. Aqui a visita acontece a cada 30min e pode ser guiada ou com audioguia. Foi planejada por Josep Puig i Cadafalch, que só modificou a fachada e o primeiro andar, onde morava a família dona do prédio. O resto era alugado, uma prática comum na época. 

Ao fundo fica a loja de chocolates Amadler. À direita, a entrada da casa.

O interessante é que a maioria dos móveis e peças de arte são originais.



O dono era um fabricante de chocolates e há um café no primeiro andar super agradável.


É um dos poucos lugares onde você encontra o chocolate Amatller, além de cafés, sanduíches e saladas.



Duas casas depois, na esquina, você verá a Casa Lleó i Morera (Passeig de Gràcia, 35), desenhada por Lluís Domènech Montaner. Ele foi contemporâneo a Gaudí e um dos grandes mestres de seu tempo. Projetou grandes obras modernistas em Barcelona, como o Hospital de Sant Pau e o Palau de la Música Catalana. A casa não está aberta para visitação, mas no site é possível fazer um tour virtual.

Detalhes que valem ser buscados em cada fachada das lindas casas da avenida.

As três casas foram reformadas na mesma época e dizem que houve uma disputa entre esses grandes mestres do modernismo catalão pelo título de melhor projeto. Inspirado em uma lenda grega, o episódio ficou conhecido como Manzana de la Diacordia (Maçã da Discórdia). Na mitologia três deusas disputaram uma maçã de ouro que seria concedida a mais bela. A escolha é difícil. As três casas são fantásticas cada uma a seu estilo.

Da direita para a esquerda: Casa Battló, Casa Amatller e lá na esquina a Casa Lleó i Morera.

Do outro lado da rua, a distância de uns dois quarteirões, está a Casa Mila (Passeig de Gràcia, 92), também conhecida como La Pedrera. 


O dono da Casa Batlló indicou Gaudí ao proprietário, que deu um orçamento ilimitado para a reforma do prédio. É uma construção maior, feita para abrigar um condomínio de apartamentos. O engraçado é que o projeto não foi muito bem recebido pela população e o apelido La Pedrera não era nem um pouco elogioso na época. Após ser declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco a casa foi restaurada e hoje pode ser visitada. Na verdade só é possível acessar o Terraço, o sótão, um apartamento decorado como na época da reforma e o saguão de entrada. Atualmente a maioria dos apartamentos servem de escritório e moradia.




No terraço ficam as famosas chaminés que lembram a cabeça de um guerreiro com armadura. A técnica de trecandís aqui foi utilizada de forma monocromática. A decoração dos terraços e a transformação das chaminés em esculturas são características da obra de Gaudí. A visita também inclui o audioguia.


Vista emoldurada para a Sagrada Família.

Vista do Passeio de Gràcia a partir do terraço.
Toda a grande avenida chamada Passeio de Gràcia é ladeada de construções magnifícas. 


Casa Lleó i Morera

Casa Mila

No fim do século XIX e início do XX a cidade foi modernizada e essa região foi a escolhida pela burguesia endinheirada como residência. Hoje a avenida continua sendo um endereço de luxo e sofisticação, mas no lugar de famílias ricas ela abriga lojas como Louis Vuitton, Cartier, Dior, entre outras.


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